[Charge de Bordallo Pinheiro, de 1875]


           Estado e Igreja estavam em pé de guerra no final do período imperial. Contrariando o imperador, bispos impuseram sanções contra católicos maçons, como expulsá-los de irmandades religiosas, o que atingia altos dignitários do governo, como o visconde do Rio Branco. D. Pedro II chegou a mandar prender dois bispos, mas, para não acirrar os ânimos, voltou atrás na decisão e fez mudanças no seu gabinete, retirando os maçons. A imprensa não perdoou o recuo, como se vê na charge de Bordallo Pinheiro, de 1875. Nas palavras de Guilherme Pereira das Neves, “retirava-se do cetro de D. Pedro II a aura mágica, que lhe tinha assegurado até então o exercício do poder”.

 

PLANO DE AULA

Dados de identificação:

Data: Goiânia 2010.

Disciplina: Artes

Faixa etária: alunos de 14 a 16 anos

Professor: Pedro Paulo N. L

Duração: 1 hora e 20 min

Tema gerador: Palmatória.

Objetivos:

          Reconhecer criticamente as diferentes formas de torturas utilizadas no Brasil nos diferentes períodos.

          Relacionar as formas de torturas e seus objetos nos dias atuais.

         Apontar possíveis soluções de substituições das torturas por outras atitudes.

  Conteúdo:

  • A Palmatória.

  • Charge de  Bordallo Pinheiro.

Metodologia:

          Primeiramente o professor organizará a turma em semicírculo sentada, permitindo a visualização de todos, pois, esta disposição permite um ambiente democrático, onde conforme Oliveira (2002):

 

 “... a importância de organizar múltiplos espaços de modo que estimulem a exploração de interesses, rompendo com a mesmice e o imobilismo de certas propostas de trabalho de muitas instituições...”

               Nesse momento o professor definirá junto aos alunos algumas estruturas de participação, como:

 

  • Levantar o dedo para pedir o piso da fala, aguardando a sua vez;
  • Participar das atividades propostas na aula, respeitando a opinião dos colegas;   

            O professor dará início às atividades por meio de uma aula expositiva sobre as características e diferenças das punições, onde serão mostradas imagens para que se possam perceber essas diferenças.

         Para promover uma aprendizagem significativa, o professor fará o levantamento de conhecimentos prévios dos alunos partindo das imagens sobre a palmatória. Permitindo que os alunos se expressem sobre o assunto com base em seus conhecimentos de vida, pois conforme BORTONI-RICARDO (2005, p. 209);

 

 “... aproveitar as experiências e vivências que as crianças trazem consigo, repetindo padrões interacionais que lhes são familiares; desenvolvendo estratégias que façam a distinção entre eventos de oralidade e de letramento; implementar estratégias de envolvimento, permitindo que a criança fale, ratificando-a como falante legítimo, respeitando-lhe as peculiaridades, acolhendo-lhe as sugestões e tópicos, incentivando-a a manifestar-se, fornecendo-lhe modelos de estilos monitorados da língua e mostrando-lhe como e quando usar esses estilos”. Os alunos serão questionados quanto:

 

            Serão feitas algumas indagações aos alunos, sobre:

 

  • Quem já sofreu algum mau trato ?

  • Que objeto de tortura você conhece?

  • Onde você já viu ( se viu)?

  • O que isso pode significar para você?

     

Favorecendo para um ambiente motivador onde os alunos se sentirão livres para se expressar, contribuindo a participação de todos.

 

         Durante as respostas o professor estará atento às falas dos alunos, ratificando algumas respostas com base nos objetivos propostos na aula. Em seguida, o professor mostrará as imagens sobre os objetos de tortura, explicando o significado e a utilização de cada um. Será apresentado aos alunos uma charge de  Bordallo Pinheiro, de 1875 e um breve hitorico de sua vida e obra.

Rafael Bordalo Pinheiro (1846-1905) revelou-se um espírito brilhante, ímpar de criatividade, que aplicou a uma contínua intervenção atenta e crítica à vida portuguesa. Permanecem de surpreendente actualidade os seus comentários à política, à economia, à sociedade da época, nas revistas de caricatura e humor que editou, atitude que não raro reflectiu na cerâmica que, a partir de 1884, logra revitalizar nas Caldas da Rainha.

             Rafael Augusto Prostes Bordalo Pinheiro nasce na Rua da Fé, em Lisboa, aos 21 de Março de 1846, terceiro filho duma extensa prole de doze irmãos, a quem se seguiria o célebre retratista Columbano (1857-1929). Foram seus pais o pintor romântico Manuel Maria Bordalo Pinheiro (1815-1880) e D. Maria Augusta do Ó Carvalho Prostes.

Com nove anos, ingressa no Liceu Central das Mercieiras e, quatro anos após, na Academia Real das Belas Artes de Lisboa, onde virá a frequentar classes de Desenho até 1871. Entretanto, em 1865, matricula-se ainda no Curso Superior de Letras, quando já tivera também, com apenas catorze anos, o seu primeiro contacto com o palco, ao integrar o elenco duma peça que sobe à cena no Teatro Garrett. Este interesse que muito cedo despertara e o acompanhará por toda a vida certamente o motiva a inscrever-se, por essa época, no Curso de Arte Dramática do Conservatório de Lisboa. Todavia, não chega a concluir os estudos em qualquer destas áreas, pois o cumprimento disciplinado dos programas escolares escapa ao seu temperamento irrequieto 

 
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